sexta-feira, 7 de outubro de 2011

E se seu chefe fosse o doutor House?

 

Se você tem um emprego que adora, mas precisa conviver com um chefe como o dr. House, avalie: se o estresse for maior que a aprendizagem, pule fora!


Um líder agressivo, excêntrico, mal-humorado, amargo e que não sabe lidar bem com as pessoas corre o risco de não durar muito tempo numa empresa real, pelo menos na maior parte das companhias. Na ficção, é diferente. Há seis anos, o doutor Gregory House, personagem interpretado pelo ator inglês Hugh Laurie, atormenta sua equipe (e sua chefe direta) com ironias e sarcasmos. Frases como "sou fisicamente incapaz de ser educado" e "não culpe a mim pelo meu humor, culpe os meus genes" ecoam pelos corredores do Hospital Universitário Princeton-Plainsboro, onde ele trabalha. Para solucionar casos médicos complexos, House não mede esforços.

O doutor passa horas no hospital e estimula os funcionários a ter ideias criativas. Em contrapartida, não leva o menor jeito para gerir, de maneira saudável, um time que o tem em alta conta apenas por causa de sua genialidade — uma situação até comum nas corporações do mundo real. O superintendente de recursos humanos do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, sintetiza: "Muitas vezes um líder chega ao topo por causa de seus conhecimentos técnicos sem ter competência de gestão de pessoas". Apesar da hostilidade, House não consegue trabalhar sozinho: ele precisa de um time formado por gente qualificada e contestadora — características fundamentais para quem quer trabalhar na equipe dele. House tem personalidade difícil, mas sabe como ninguém fazer com que seu pessoal encontre soluções.

"Ele é ótimo estimulador: ajuda o time a pensar amplamente", diz Silvana Gomes, da consultoria de recursos humanos SG, de Cuiabá, no Mato Grosso. A forma como esse processo se desenrola é outra conversa. Quando um subordinado tem uma ideia genial, não há um reconhecimento sincero, mas sim um "por que não pensou nisso antes?". Na série, e na vida real, frases assim tornam o clima pesado. "A falta de um ambiente agradável prejudica os resultados", diz Paulo Henrique Rocha, consultor de recursos humanos da Corrhect.

Se você precisa conviver com um chefe como House e gosta do emprego em que está, tem um grande problema nas mãos e deve avaliar os prós e os contras da situação. "Se o estresse for maior do que o aprendizado, pule fora", aconselha Rubens Gimael, especialista em desenvolvimento de carreira. House tem uma característica admirada pelas empresas nessa época de imediatismo: entrega bons resultados sempre.

Ele sabe planejar, desenhar fluxos de trabalho, administrar as prioridades e realizar seu principal objetivo: salvar vidas. O problema é que sua equipe sofre com suas imposições. House está acostumado a sempre ter razão — e adora isso. Uma de suas citações preferidas, repetidas várias vezes ao longo da série, é "eu prefiro a resposta mais sutil: 'Você estava certo, House'". A ficção está com cara de realidade? Há remédio.

Quem tem de lidar com um chefe de ego enorme dispõe de algumas opções: conversar com o líder sobre suas atitudes e tentar mudá-lo, aturar ou pedir demissão. "Quando o chefe faz questão de reforçar a superioridade, a equipe se afasta e pode até se desintegrar", explica a consultora Silvana.

Para tentar se aproximar do time, House toma um caminho perigoso: mistura o pessoal com o profissional. Já chegou até a contratar o irmão de um subordinado para ter mais argumentos pessoais numa discussão técnica. Lidar com uma situação dessas dentro das corporações não é nada fácil. Quando você não é um personagem de seriado e se reporta a um House, tenha sangue-frio para mostrar os limites do relacionamento, que é saudável apenas se houver uma relação de confiança.

"Uma equipe só se integra quando cultiva laços profissionais genuínos", diz Maurício Alves da Silva, superintendente de RH do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo. Para lidar com um gestor que não respeita isso, o melhor é conversar e deixar claros os limites. O doutor House tem um método heterodoxo de trabalho. Trata um paciente mesmo sem ter certeza do diagnóstico, faz exames arriscados que não seriam necessários e até invade casas para checar as condições de vida de seus doentes. Para ele, todos mentem — invariavelmente. O comportamento obriga a equipe a lidar diariamente com limites éticos. Numa corporação, isso é letal: afeta o desempenho e a unidade do time. Se você é subordinado e não concorda com o método de trabalho de seu chefe, a saída é procurar as instâncias superiores. O diretorgeral da empresa de consultoria Business Partners, Luís Savério, aconselha: "Conversar com a área de RH é a melhor atitude a ser tomada nesses casos".

Diagnóstico de gestão

A pedido da VOCÊ S/A, Silvana Gomes, consultora da SG Recursos Humanos, de Cuiabá, e Maurício Alves da Silva, superintendente de RH do Hospital A.C. Camargo, de São Paulo, traçaram o perfil comportamental do doutor Gregory House, personagem de tevê do ator Hugh Laurie, e listaram quais características ele precisa desenvolver para ser mais do que um profissional brilhante e tornar-se um bom líder.
Nome: Gregory House
Idade: 50 anos
Estado civil: Divorciado, sem filhos
Cargo: Chefe do setor de diagnóstico
Formação acadêmica: Medicina, na Universidade Johns Hopkins, especialista em doenças infecciosas

Características pessoais
Adora desafios, é inteligente e respeitado por sua equipe e chefia, que chegam a considerá-lo genial. No entanto, não tem carisma, é sarcástico, excessivamente racional, autossuficiente, introspectivo e manipulador. Apesar dos pontos negativos, sua inteligência altíssima permite que ele seja brilhante e apresente ótimos resultados — fator valorizado pela empresa.

Pontos a desenvolver
House precisa aprender a se relacionar de maneira saudável e mais produtiva com sua equipe e com seus pacientes. Além disso, deve ajudar no desenvolvimento dos membros de seu time e criar um clima saudável entre seus pares. Para se tornar um bom líder, o médico deve passar por treinamentos e programas de aperfeiçoamento — o coaching pode ser uma boa solução.

Como a empresa deve agir
Uma opção é realocá-lo em um setor mais técnico, que permita que o médico exerça sua especialidade sem precisar gerir pessoas, como um comitê de resultados ou um grupo de pesquisas, por exemplo.

http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/se-seu-chefe-fosse-doutor-house-585417.shtml

Ah, Moleque!

 

É cada vez mais comum nas empresas a presença de jovens gestores liderando profissionais mais velhos. Veja como lidar com esse choque de gerações



Entre todos os tipos de atrito que costumam ocorrer entre chefe e subordinado, o mais emblemático do atual momento de mercado é aquele em que o subordinado é mais velho ou mais experiente que seu líder. Essa situação tem se tornado bem mais frequente nas empresas. Com a escassez de mão de obra qualificada, muitas companhias optam por promover a cargos de gestão profissionais com pouca experiência, a fim de retê-los na organização. A prática funciona assim: um coordenador recebe uma proposta de emprego e avisa o chefe. Como falta gente no mercado, a empresa sabe que repor esse profissional levará tempo. Para não perdê-lo, a companhia oferece uma posição mais alta, de gerente, por exemplo.

O profissional fica por estar satisfeito com a promoção. Mas, em muitos casos, está assumindo uma função precocemente. Isso pode se transformar num problema. Uma pesquisa da consultoria americana Randstad mostra que um quinto dos profissionais americanos empregados é mais velho que seu chefe. Porém, apenas metade dos profissionais acima dos 55 anos declara se relacionar bem com colegas mais jovens e 77% dos trabalhadores maduros dizem que os jovens não reconhecem sua experiência. No Brasil, essa mesma realidade se repete, afirmam os consultores e gestores de RH. "Os profissionais estão chegando jovens e despreparados aos cargos de chefia", diz a coach Vicky Bloch.

A questão, portanto, é saber como lidar com a situação. "Você sempre será testado por ser jovem", diz Ricardo Gelain, de 32 anos, diretor comercial e de marketing da TNT, empresa de transporte de carga. Em sua equipe de oito gerentes, apenas um é mais novo que ele. A situação não é nova para ele, que assumiu seu primeiro cargo de gestor aos 23 anos. Recordando- se de algumas situações pelas quais passou na carreira, Ricardo admite que às vezes lhe faltou a experiência, mas que em outras ocasiões foi vítima de preconceito.

Sua receita é se impor pela competência. "O essencial é demonstrar o seu conhecimento e capacidade para obter o respeito", diz.

ESCOLHA A ATITUDE CERTA
O líder jovem precisa gastar um tempo analisando qual deve ser sua atitude diante de um profissional mais experiente. Uma reação possível, mas errada, é impor respeito à base da força. Pode funcionar logo no início, mas o desgaste é inevitável em pouco tempo. Outra reação possível é exatamente a contrária: o profissional aceita a promoção para ser líder, mas não se considera plenamente preparado.

Aí, predomina a insegurança e acaba se fechando, quando o certo seria se comunicar muito. A maior recomendação para um jovem líder é conversar muito e de maneira sincera com a equipe, mostrando seu conhecimento e suas limitações. E, acima de tudo, construir um relacionamento profissional, baseado na busca por resultados para a companhia. "O líder deve deixar claro para os subordinados quais são os objetivos esperados de cada um", diz Antonio Luiz Mendes, diretor da Dale Carnegie Training, empresa de treinamento corporativo. A reação típica de um profissional maduro diante de um chefe mais jovem é a resistência. Por orgulho,por julgar-se mais capaz, ele só vê defeitos na atuação do chefe garotão.

A partir daí, cria-se um círculo em que o profissional só vê defeitos no gestor e questiona todas as suas decisões. Em poucos meses, ele vira um peso — e nenhum chefe tolera isso por muito tempo. A resistência pode também gerar falta de motivação. "Talvez os piores sejam os que não expressam claramente o que sentem. Eles ignoram o líder e seguem fazendo as coisas com indiferença", afirma o coach Renato Ricci, autor do livro Liderando na Crise (Editora Qualitec NewBook). Como, então, gerenciar um chefe mais novo?

A melhor resposta se aplica a líderes de qualquer idade: no lugar de resistir, coloque-se à disposição e procure colaborar. É o que faz Sandra Pons, de 50 anos, supervisora administrativa da SH Formas, do Rio de Janeiro, que tem um chefe 17 anos mais novo. Sua receita é oferecer o conhecimento que acumulou, mas sem transformá-lo em verdade única.

"Sei que minha experiência é reconhecida e que tenho liberdade para expor ideias", diz Sandra. Um lembrete: não se preocupe com a tarefa de convencer a outra parte de que você é bom. Em vez disso, invista no relacionamento, procurando pontos de convergência e interesses mútuos. Desse jeito fica mais fácil encontrar um caminho para o diálogo.

PARA JOVENS E EXPERIENTES VEJA ABAIXO AS DICAS PARA SE DAR BEM COM SEU JOVEM GESTOR E COMO LIDERAR UMA EQUIPE MAIS EXPERIENTE CONSELHOS PARA UM LÍDER JOVEM...

1. Entenda que os mais velhos detêm conhecimentos e experiências muito importantes para o sucesso de sua liderança.
2. Saiba ouvir e debater com clareza suas posições.
3. Invista no conhecimento. Geralmente, os mais velhos isolam líderes jovens por falta de preparo ou de conhecimento.
4. Demonstre com resultados práticos suas ideias e planos. Prove por meio de resultado seu mérito.
5. Coloque-se numa posição de humildade e vontade de aprender. ...

E PARA UM FUNCIONÁRIO MAIS VELHO

1. Entenda que ter um chefe mais novo é um processo natural e uma tendência.
2. Procure ajudar o novo líder com toda sua experiência.
3. Evite resistir e procurar erros nas decisões do chefe.
4. Pense da seguinte forma: "E se fosse eu? Como eu gostaria de ser tratado pelos mais velhos?". 5. Seja aberto e paciente.

http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/ah-moleque-609317.shtml

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O que o entrevistador deseja saber durante uma entrevista?

  Ainda hoje fico surpreso com o despreparo da maioria dos candidatos quando se apresentam para uma entrevista a um novo emprego. Essa realidade não é apenas frustrante. Ela é sobretudo desanimadora.

O despreparo dos candidatos se manifesta com diferentes faces:

  • Chegam atrasados para a entrevista.

  • Apresentam-se de maneira desleixada.

  • Não conseguem verbalizar suas idéias e argumentos com objetividade e clareza.

  • Falam mal do antigo chefe ou empresa.

  • Comportam-se com arrogância e muitos aparentam ser o dono da verdade.

  • Seus olhos rondam por todos os lugares da sala, enquanto deveriam olhar para o entrevistador.

  • Demonstra ser indeciso, inseguro e não transmite convicção no que diz.

Eu poderia enumerar centenas de comportamentos danosos ao entrevistado e a sua carreira por ocasião de uma entrevista de emprego. No entanto, creio que o mais mortífero de todos é aquele quando o entrevistador pergunta ao candidato: “Você tem uma pergunta a fazer”?  Ao que ele responde sem nenhum brilho nos olhos ou convicção: “Não. Eu não tenho nenhuma pergunta. Você esclareceu todas as minhas dúvidas ao longo da entrevista.”

Comumente, quando recebo  esse tipo de resposta dada por um candidato, não importa o seu nível, sinto que estou diante de um candidato despreparado, medíocre e que não sabe pensar em profundidade.

Os recrutadores são unânimes nessa avaliação. Candidatos a um emprego que não fazem pelo menos algumas perguntas inteligentes fatalmente permanecem como candidatos.
Candidatos vitoriosos sabem  que em nenhuma outra ocasião o poder de fazer perguntas tem maior valor do que durante uma entrevista. Formular perguntas inteligentes e pertinentes determinam a diferença entre candidato contratado e preterido. Comoescreveu Engene lonesco, dramaturco romeno, “It is not the answer that enlightens, but the question”.

John Kador, consultor internacional e autor de vários livros, entre eles “The manager’s book of questions” e “How to ace the brain teaser interview,”  manifestou opinião semelhante quando escreveu: “Quando dois candidatos são iguais em todos os aspectos, a balança penderá para o candidato que fizer as melhores perguntas. Ótimas perguntas nos motivam a agir ou motivam a outra pessoa a agir. E é isso que alguém que procura um emprego quer. Ele quer que o entrevistador aja de forma a promovê-lo na sua condição.”

Caro leitor, o mercado de trabalho é extremamente competitivo. Portanto, sempre que for para uma entrevista tenha em mente as seguintes recomendações:

  • Faça o seu dever de casa – prepare perguntas inteligentes

  • Seja objetivo e claro ao responder as perguntas formuladas pelo seu entrevistador. Cuidado com respostas prolixas e mal dadas. Se você gastar mais do que dois minutos e meio em sua resposta você está falando demais.

  • Nunca interrompa o seu interlocutor. Esse tipo de comportamento durante a entrevista é pura falta de educação e um sinal importante de que você não sabe ouvir.  

  • Evite a  todo custo fazer perguntas óbvias. Elas não agregam valor a sua entrevista. Eis alguns exemplos de perguntas óbvias: qual é o significado de 3M? A sua empresa tem um presidente?  Qual é o produto carro chefe de sua empresa? (Se você não sabe as respostas é porque você não se preparou!)

  • Jamais pergunte ao entrevistador: qual o plano de carreira que a empresa tem para mim? Qual é o salário para essa posição, entre tantas outras.

  • Evite fazer perguntas que transmitam despreparo, ansiedade, desespero e insegurança. Vale lembrá-lo que os entrevistadores não desejam saber sobre os seus fracassos, não importam a sua natureza e, muito menos sobre as suas crises existenciais. Durante a entrevista, a única atitude verdadeiramente válida é aquela que comunica ao entrevistador sua segurança, motivação, preparo, valores, comprometimento, determinação, etc.

  • Leia bons livros sobre a arte de perguntar. Fuja da mediocridade. Essa o prejudica não apenas na conquista de novo emprego bem como em várias circunstâncias da vida. Por outro lado, a mediocridade produz a cegueira.

Reconheço que essas recomendações não esgotam a discussão sobre o assunto. Entretanto, elas podem ajudá-lo a estruturar melhor a sua próxima entrevista.



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Otimismo em excesso gera acomodação na carreira

Esperar demais para o futuro pode confundir o profissional, que se esquece de evoluir e se aprimorar para então galgar cargos maiores

Desejar um futuro melhor em termos de carreira e qualidade de vida não é nenhum pecado. Mas quando esse desejo passa a ser mais importante do que as próprias atitudes tomadas pelo profissional para se chegar até o objetivo, é hora de parar e analisar a situação: você pode estar sendo vítima do otimismo em excesso.

Um dos sintomas desse mal é o bloqueio da percepção da realidade, que pode gerar problemas mais complicados na carreira. Segundo o consultor Eduardo Ferraz, especialista em Neurociência Comportamental, esse tipo de situação pode acontecer quando o profissional se julga mais competente do que realmente é e deixa de se preocupar com o desenvolvimento das próprias habilidades e conhecimentos.

Qualificação
Segundo a última análise do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), estudo realizado mensalmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 78% dos chefes de famílias brasileiros se sentem seguros com os atuais cargos. Destes, 35,8% estimam um crescimento profissional nos próximos seis meses. Por outro lado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que a carência de profissionais qualificados atinge 69% das empresas, sendo que 78% delas procuram investir na melhoria desse quadro capacitando os colaboradores no próprio local de trabalho.

Logo, a segurança na carreira que muitos profissionais brasileiros têm pode ser um ilusão bem efêmera. 'O fato é que muitos profissionais deixam de se aprimorar em suas carreiras por terem uma autoavaliação distorcida', afirma Ferraz, ressaltando que a tese do psicólogo e vencedor do prêmio Nobel Daniel Kahneman foi justamente calcada no fato de que o otimismo em excesso é uma regra no mercado de trabalho, não exceção. Segundo Kahneman, todos têm uma tendência inconsciente a se acharem mais qualificados do que realmente são.

'O ser humano é condicionado, instintivamente, a buscar o caminho mais fácil e toma decisões baseadas no prazer imediato. Por isso tantas pessoas se endividam, cuidam pouco da saúde e deixam a carreira seguir por inércia', pontua o consultor.

Atitudes valem mais do que pensamentos
Ferraz defende que todos os profissionais devem procurar fazer uma autocrítica mais justa e agir para promover as mudanças necessárias. 'Esperar que o melhor aconteça em sua carreira, sem o devido esforço, é mera ilusão. Ninguém é promovido ou recebe uma proposta de trabalho maravilhosa apenas por sorte. Pensamentos positivos são importantes, mas ter atitudes realistas é essencial', garante.
Para evitar situações de otimismo exacerbado e, por conseguinte, surpresas na carreira (como angústia, baixa auto-estima, insatisfação e até demissão), nunca é demais, lembra Ferraz, investir no autoconhecimento e na análise das reais competências profissionais. 'Aprimorar continuamente seus pontos fortes deveria ser a maior prioridade na vida de quem quer evoluir profissionalmente. Se você estuda, faz cursos de qualificação, aprimora seus talentos e é reconhecido por isso, seu otimismo na verdade é puro bom senso', conclui.

Fonte: Portal Administradores

Comportamentos da geração Y impedem crescimento profissional

Camila Mendonça,

A geração Y, nascida a partir de 1978, mudou a dinâmica do mercado de trabalho -- que ficou mais antenado e flexível.

Algumas características desses jovens profissionais, contudo, não agradam a todos e até prejudicam a carreira de quem não sabe lidar com elas, afirmam consultores.

'O mercado aceita (alguns comportamentos do jovem) porque não há mão de obra qualificada', afirma o 'coach' Alexandre Prates.

O mercado de trabalho aquecido e mais competitivo faz com que integrantes da geração Y não percebam que, se não mudarem alguns aspectos, podem colocar a carreira em risco, destaca o consultor.

Comportamentos como dinamismo em excesso, urgência em crescer e pressa em atingir resultados são considerados positivos, se bem dosados.

'Tem muito jovem com potencial, mas com muita ânsia de crescer, o que o faz atropelar os acontecimentos', considera Marisa da Silva, consultora de carreira da Career Center.

Sem limites, jovens profissionais deixam de fechar ciclos nas empresas. 'O mundo corporativo tem um tempo diferente, e eles precisam entender que é preciso um tempo para chegarem lá, que não é em um click', afirma Alexandra Morgado, gerente de treinamento e desenvolvimento da Personal Service, de consultoria.

SEM HISTÓRIA
Dentre as características que podem barrar a carreira da geração Y, segundo especialistas consultados, está o ímpeto em ocupar os melhores cargos no menor espaço de tempo possível. 'Com isso, eles não têm crescimento sustentável e não adquirem conhecimento prático e concreto do negócio', afirma Silva.

O 'foco excessivo' na carreira, afirma Prates, também é fator que prejudica os jovens profissionais. 'Falta comprometimento nessa geração. Ela não se apaixona pela empresa e pelo trabalho.'

A dificuldade em lidar com os próprios fracassos profissionais pode impedir ascensões mais seguras. 'Isso é falta de vivência profissional, de criar uma história em uma empresa', avalia Morgado.

'Com maturidade e vivência, ele consegue tomar decisões, ser mais autoconfiante e se frustrar menos', enfatiza Morgado.

Fonte: Folha.com

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Juventude: comportamento em desenvolvimento

Tenho observado que as dificuldades de comunicação e comportamento dos jovens têm aumentado constantemente. Não se trata mais apenas de imaturidade e inexperiência, mas de desvios culturais e comportamentais adquiridos em seu convívio pessoal e obviamente excesso de tecnologia. Sim, tecnologia! Com uso exagerado de softwares como MSN e e-mails, estes jovens aumentam suas dificuldades em pensar no que escrevem e como escrevem. Algumas mídias sociais infelizmente colaboram para esta mesma alteração, apesar de não ter esta finalidade.
Os jovens passam a se comunicar com maior frequência apenas virtualmente e acabam esquecendo-se de como é interagir pessoalmente com outros interlocutores. Seus e-mails são mal formulados e que causam grande dificuldade de interpretação no que realmente desejavam dizer.
Mais grave é quando se trata de comunicação pessoal. Seus comportamentos demonstram desconforto em conversar e uma enorme dificuldade em elaborar perguntas e respostas de forma a obter um diálogo agradável e objetivo. Como se habituaram a utilização da tecnologia e abreviação das palavras e frases, acabam por utilizar a mesma agilidade em conversas, porém sem grandes resultados.
Em entrevistas de emprego, não olham nos olhos do entrevistador, não têm um raciocínio mais lento e demonstram enorme nervosismo, muito superior ao nervosismo tradicional de uma entrevista.
E como superar estes obstáculos e conseguir se desenvolver pessoalmente e profissionalmente? A tecnologia deve ser usada, mas não apenas para uma comunicação informal ou fútil e sim para busca de informações, leituras e interpretações de conteúdos disponíveis na rede, porém de sites confiáveis, pois se sabe que muitas informações disponíveis na rede são falhas ou falsas.
É importante manterem-se atualizados pelo menos o básico: mercado, política, responsabilidade social, sua cidade e seu país. Obter informações apenas de noticiários de televisão é empobrecer ainda mais sua cultura e informação, pois estes canais de comunicação também são limitados devido ao tempo e objetivos do mesmo.
A fonte de conhecimento deve vir de um composto de recursos como, por exemplo: livros, revistas, internet, televisão, escolas etc. É importante também participar de treinamentos que abordam relacionamento interpessoal e comunicação eficaz. Caso não tenha condições de participar destes tipos de treinamentos, passe a observar o comportamento das pessoas no ônibus, na padaria, no mercado, na escola, na empresa e em todos os lugares. Veja se concorda com a atitude de algumas pessoas, o que você faria no lugar delas e se já fez algo semelhante e se identificou com determinada situação. Até mesmo alguns bons filmes poderão ensinar a como se comportar ou expressar.
Passe a olhar mais nos olhos de seus interlocutores, ouça com atenção as informações e somente depois de analisá-las e compreendê-las responda. Evite ser agressivo. Esteja disposto a ouvir. Nem sempre você obterá uma resposta exatamente como você espera, mas, com certeza, comunicando-se e expressando de forma errada, conseguirá uma resposta exatamente contrária a qual você deseja.
Criando este hábito, seu raciocínio será cada vez mais rápido e você assimilará as informações com maior qualidade muito mais facilmente.

Por Wagner Campos

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

RESILIÊNCIA

Resiliência

“O problema não é o problema.

O problema é sua atitude com relação ao problema.”

 (Kelly Young)


Hoje a tristeza me visitou. Tocou a campainha, subiu as escadas, bateu à porta e entrou. Não ofereci resistência. Houve um tempo em que eu fazia o impossível para evitá-la adentrar os meus domínios. E quando isso acontecia, discutíamos demoradamente. Era uma experiência desgastante. Aprendi que o melhor a fazer é deixá-la seguir seu curso. Agora, sequer dialogamos. Ela entra, senta-se na sala de estar,  apresento-lhe a televisão e a esqueço! Quando me dou por conta, o recinto está vazio. Ela partiu, sem arroubos e sem deixar rastros. Cumpriu sua missão sem afetar minha vida.

Hoje a doença também me visitou. Mas esta tem outros métodos. E outros propósitos. Chegou sem pedir licença, invadindo o ambiente. Instalou-se em minha garganta e foi ter com minhas amígdalas. A prescrição é sempre a mesma: amoxicilina e paracetamol. Faço uso destes medicamentos e sinto-me absolutamente prostrado. Acho que é por isso que os chamam de antibióticos. Porque são contra a vida. Não apenas a vida de bactérias e vírus, mas toda e qualquer vida...

Hoje problemas do passado também me visitaram. Não vieram pelo telefone porque palavras pronunciadas ativam as emoções apenas no momento e depois perdem-se, difusas, levadas pela brisa. Vieram pelo correio, impressos em papel e letras de baixa qualidade, anunciando sua perenidade, sua condição de fantasmas eternos até que sejam exorcizados.

Diante deste quadro, não há como deixar de sentir-se apequenado nestes momentos. O mundo ao redor parece conspirar contra o bem, a estabilidade e o equilíbrio que tanto se persegue. O desânimo comparece estampado em ombros arqueados e olhos sem brilho, que pedem para derramar lágrimas de alívio. Então, choro. E o faço porque Maurice Druon ensinou-me, através de seu inocente Tistu, que se você não chora, as lágrimas endurecem no peito e o coração fica duro.

Limão e Limonada

As Ciências Humanas estão sempre tomando emprestado das Exatas, termos e conceitos. A última novidade vem da Física e atende pelo nome de resiliência. Significa resistência ao choque ou a propriedade pela qual a energia potencial armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão incidente sobre o mesmo.

Em Humanas, a resiliência passou a designar a capacidade de se resistir flexivelmente à adversidade, utilizando-a para o desenvolvimento pessoal, profissional e social. Traduzindo isso através de um dito popular, é fazer de cada limão, ou seja, de cada contrariedade que a vida nos apresenta, uma limonada, saborosa, refrescante e agradável.

Aprendi que não adianta brigar com problemas. É preciso enfrentá-los para não ser destruído por eles, resolvendo-os. E rapidamente, de maneira certa ou errada. Problemas são como bebês, só crescem se forem alimentados. Muitos deles resolvem-se por si mesmos. Mas quando você os soluciona de forma inadequada eles voltam, dão-lhe uma rasteira e, aí sim, você os anula corretamente. A felicidade, pontuou Michael Jansen, não é a ausência de problemas. A ausência de problemas é o tédio. A felicidade são grandes problemas bem administrados.

Aprendi a combater as doenças. As do corpo e as da mente. Percebê-las, identificá-las, respeitá-las e aniquilá-las. Muitas decorrem não do que nos falta, mas do mal uso que fazemos do que temos. E a velocidade é tudo neste combate. Agir rápido é a palavra de ordem. Melhor do que ser preventivo é ser preditivo.

Aprendi a aceitar a tristeza. Não o ano todo, mas apenas um dia, à luz dos ensinamentos de Victor Hugo. O poeta dizia que “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Porém, discordo. Penso que os dois são finitos. E cíclicos. O segredo é contemplar as pequenas alegrias ao invés de aguardar a grande felicidade. Uma alegria destrói cem tristezas...

Modismo ou não, tornei-me resiliente. A palavra em si pode cair no ostracismo, mas terá servido para ilustrar minha atitude cultivada ao longo dos anos diante das dificuldades, impostas ou auto-impostas, que enfrentei pelo caminho, transformando desânimo em persistência, descrédito em esperança, obstáculos em oportunidades, tristeza em alegria.

Nós apreciamos o calor porque já sentimos o frio. Apreciamos a luz porque já estivemos no escuro. Apreciamos a saúde porque já fomos enfermos. Podemos, pois, experimentar a felicidade porque já conhecemos a tristeza.

Olhe para o céu, agora! Se é dia, o sol brilha e aquece. Se é noite, a lua ilumina e abraça. E assim será novamente amanhã. E assim é feita a vida.


Tom Coelho
05/09/2003

Tom Coelho, com graduação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP e especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA/USP, é empresário, consultor, escritor e palestrante, Diretor da Infinity Consulting, Diretor do Simb/Abrinq e Membro Executivo do NJE/Fiesp. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite www.tomcoelho.com.br.